quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A INSERÇÃO DO DESIGN NO AGRESTE PERNAMBUCANO

Permita-me leitores hoje falar do meu "filho". Fruto de um ano e meio de pesquisa, " a inserção do design no agreste pernambucano"  foi a minha reflexão sobre o contexto que, nós designers, iremos encontrar na cidade de Caruaru e redondezas...
Pense comigo: o curso de design chegou em Caruaru para suprir uma demanda de crescimento industrial nas diversas áreas: moda, gráfico e produto, ok? A UFPE está prestes a formar a terceira turma de design, certo? Mas, quantos dos nossos colegas estão atuando em Caruaru? (?) E como estão?(?) Será que estes profissionais estão integrados da melhor maneira possível no ambiente empresarial da região? Afinal, o que esses empresários pensam sobre design? Se você se questionou em algum instante com uma dessas perguntas, ótimo! Os convido a reflitir comigo:

  • Caruaru possui 93 indústrias, elas já representam 15,3% do faturamento anual da localidade (ACIC, 2010).  
  • A feira é o pulmão da cidade, mobiliza milhares de pessoas e diversos tipo de serviços. (tem uma monografia excelente da nossa colega Clarice Cardim que trata justamente dessas oportunidades de negócios na cidade de Caruru. Se tiver acesso posto algo aqui para vocês! Mas, já vale a dica para quem está em PGD1. Este trabalho possui muitos dados interessantes!). Continuemos....
  •  A cidade cresce desenfreadamente e a cotação imobilíária já ultrapassa em valores, o m² cobrado em lugares como boa viagem, por exemplo;

    Parece tudo ao nosso favor, não é mesmo? Permita-me mostrar a outra realidade...
    • Primeiramente, a maioria das empresas de Caruaru crescem sem planejamento prévio;
    • Boa parte dos feirantes da cidade estão na informalidade por opção (pesquisa divulgada recentemente pela Prof. Monalisa e a aluna Kelly Samá do núcleo de Gestão do Campus);
    • As organizações, em sua maioria, são empresas de origem familiar e por esta razão cultural tendem naturalmente a agirem pela experiência prática;
    • Com isso, entre outros fatores, há uma cultura pelo "copismo"; o resultado imediato tem muito mais significado do que visar o crescimento a longo prazo;
    • Dentro desse contexto é natural que a metodologia de design não seja muito apreciada uma vez em que esta não traduz "a segurança" que eles estão acostumados na realização de suas atividades diárias. É o tal do "imediatismo", já ouviu falar? Se a resposta for não. Se acostume com a palavra. 
     Estes são apenas alguns dos pontos identificados, comuns ao contexto de mercado da região, sendo este o quadro que enfretaremos assim que nos formarmos. Neste sentido, trago um recorte do meu trabalho que são algumas diretrizes para inserção do design em empresas com baixa familiariedade com o mesmo. Deixo essas recomendações "básicas" como incentivo a todos para sabermos como enfrentar [dentro dessas pequenas e médias empresas]  aspectos que teremos que administrar durante nossa vivência profissional. É importante enxergarmos não com pessimismo, mas sim, com maturidade uma realidade que é nossa [Nordeste]. Por esse motivo cabe a cada um de nós tomarmos a posição de educadores, nos disponibilizando da melhor forma possível para administrarmos, gradativamente, a conscientização pelo design, dentro desse contexto cultural.  

    Assim, segue adiante alguns pontos para nossa melhor inserção do design nas empresas:

    •   É importante, primeiramente, que a empresa demonstre interesse pelo design, uma vez em que, do contrário, a implementação dessa atividade não será compartilhada, podendo acarretar em uma resistência por parte da própria empresa e, conseqüentemente, dos seus funcionários a utilização do design; 
    •   Buscar equalizar as expectativas (empresário/designer) é um dos primeiros passos para garantir confiança;
    •   Analise a realidade da empresa (competência e limitações técnica, possibilidades de investimento, potencialidades dentro do mercado, etc.) para saber exatamente a partir de que ponto deve-se iniciar a sua atuação dentro da organização, podendo inclusive não ser pelo desenvolvimento de novos produtos, mas por melhorias em produtos e/ou processos já desenvolvidos pela mesma;
    • A princípio, se comprometa apenas com propostas modestas, ou seja, factíveis de serem resolvidas em curto prazo, evitando que este não seja alcançado assim como foi estabelecido; Lembre-se que sua atuação ainda está em teste, sendo avaliado por aquilo que se compromete. Dessa forma, cumprir os prazos é um fator primordial para conseguir uma credibilidade e maior confiança da empresa;
    • Com isto, estude ações rápidas que possibilitem ao empresário vislumbrar em curto prazo, resultados palpáveis, tanto retorno do investimento como na imagem corporativa replicada através dessas ações no mercado;
    • É importante deixar claro para empresa que desenvolver produtos é um processo que exige tempo, sendo necessário estabelecer e se comprometer com prazos tangíveis,
    • É importante salientar para a empresa que o design não substitui o esforço desta;
    • Acorde como a empresa um briefing;
    • Estimule encontros periódicos para manter a empresa sempre informada sobre ações que estão sendo desenvolvida pelo setor de design, isso permite com que todos estejam a par de prazos e etapas em que se encontram os projetos em desenvolvimento e inclusive da sua interdependência de informações e atividades de outros setores;
    • Seja pró-ativo e comunicativo para conseguir a credibilidade do seu trabalho, bem como, parceria com seus colegas de trabalho;
    • Mostre-se pronto a ouvir e aprender; seja humilde ao reconhecer que tem pessoas mais experientes e que detêm de um conhecimento prático muito além dos seus; essa atitudade pode aumentar as chances de credibilidade e confiança entre os agentes envolvidos, podendo ser  este um ponto favorável para absorção do design por parte dos demais integrantes da organização;
    • Busque se enquadrar as éticas da organização, mas deixando claro para a empresa que suas atividades exigem pesquisa de campo e, conseqüentemente horários mais flexíveis; 
    • Registrar em documentos e relatórios tudo o que é feito é um fator que garante um controle das atividades, permitindo com que a empresa possa acompanhar o desempenho do setor de design, além de possibilitar a criação de um histórico que sirva como fonte de dados para projetos posteriores. Isso também assegura o profissional de design que todas as etapas foram autorizadas e reconhecidas pela empresa em um comum acordo de execução projetual;
    •  Em caso de possíveis interrupções é importante deixar claro para a empresa os prejuízos que isto causará as etapas do projeto;
    • Caso seu trabalho esteja sobre subordinação de um supervisor mostre-o de forma planejada um cronograma e a metodologia de design, justificando cada etapa pretendida e ao mesmo tempo, os beneficio de se conduzir dessa forma.
    • É importante, independente da metodologia que se for adotar, adaptá-las a uma linguagem apropriada a da empresa. "

    domingo, 12 de dezembro de 2010

    LUMINÁRIA PARA BARRACA DE CAMPING

    Olá pessoal,
    este é o nosso primeiro post aqui no blog. UHuuUUu.. \o/. É com imenso prazer, satisfação e carinho que estamos aqui para divulgar o trabalho dos alunos e professores da UFPE- Campus do Agreste . Nosso intuito é externar a público o que vem sendo  desenvolvido por acadêmicos, desde que o Campus foi inaugurado no ano de 2006.
    Hoje trago para vocês o  trabalho do aluno Alberes Vasconcelos (4º período) sobre luminária de barraca de camping. O projeto foi desenvolvido para a disciplina Light Design, ministrado pelo prof. Sílvio Diniz e o resultado ficou muito interessante, pois além de ser uma luminária portátil, cômodo para os usuários que viajam e acampam em barracas de lona, esta trouxe como foco à sustentabilidade como um dos pontos considerados em suas soluções. Confiram as fotos do projeto! 

     Luminária composta por leds e alimentada por energia solar.



    Foto da luminária em uso.